Nos últimos tempos, andei amaldiçoando 2017. Que ano difícil, que ano pra deixar pra trás. 2017 começou com muito trabalho. Menos do que eu precisava e mais do que gostaria. Muito cansaço, pouco tempo e, no meio disso tudo, três perdas importantes e repentinas me lembraram que a vida é um sopro e eu andava negligenciando o que é mais importante pra mim. Fiz algumas promessas aqui dentro: tudo seria diferente a partir de então. A gente não pode esperar pra ser feliz, pra cuidar da gente mesmo, pra fazer o que a gente gosta, pra amar quem a gente ama.

Então me esforcei pra mudar, e a duras penas venho conseguindo. Porque prioridade mesmo é aquilo para o que você dá importância de verdade. O resto não é urgente, e quase nada é. Assim, cada um deve saber quais as suas. Eu conheço as minhas e jurei pra mim mesma nunca mais me esquecer delas.

O segundo semestre foi melhor. Depois de anos difíceis, os caminhos foram se abrindo por aqui. E a vida desembolou. Quando vi, já estava tudo mais tranquilo. Porém, mais importante que isso: ainda no olho do furacão, consegui focar e não desisti. Lembrava a todo momento que tenho filhos maravilhosos e um grande companheiro. Pais e irmãos espetaculares e amigos de primeira, todos vendendo saúde. Perspectivas e energia pra continuar. Precisa mais?

Há quem pense que esse texto soa otimista porque alguns problemas que afetaram a minha família se resolveram recentemente, mas não. O que digo vale mesmo se a gente ainda estivesse no meio deles. Aliás, vale mais ainda nesse caso. Porque eu tenho a consciência de que, se por um lado eles se resolveram, outros ainda virão. Talvez maiores, talvez menores… mas certamente virão. Então percebi que é isso o que a gente precisa: reconhecer que vida é luta, sempre luta. E, se a única opção é continuar, que seja boa.

Aí eu parei e pensei com mais carinho em 2017. O que esse ano me trouxe o deixa, sem dúvida alguma, entre os melhores que já vivi. A Cris de dezembro não é a mesma de janeiro e, quer saber, é bem melhor. Tenho pessoas especiais ao meu lado, dos alunos e colegas de trabalho aos vizinhos e parentes – o que torna as derrotas menos doídas e as vitórias mais saborosas. Algumas me colocam no eixo, outras me tiram dele – e cada um desses papeis faz de mim quem eu sou. Hoje me vejo bem mais forte que pensava ser, e me sinto pronta para as próximas batalhas. A gente tem que dar conta, não há opção.

Eu sempre soube que tenho um presente enorme nas minhas mãos, mas agora eu sinto isso. É diferente. Graças a tudo o que vivi nesses últimos meses, consigo sentir o que, antes, eu só sabia. Mais que isso: sinto que devo fazer com que cada segundo desse presente valha a pena. E tem valido demais.

Obrigada, 2017. Um ano pra não esquecer.

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