Hoje resolvi compartilhar um pouquinho da experiência que tivemos com a introdução alimentar da Clara. Não sou especialista, nutricionista ou pediatra, então não estou aqui para dizer o que é certo ou errado, nem julgar ninguém. Lembrando que cada bebê e família têm suas particularidades e não dá para generalizar. É apenas um relato mesmo. Bem, ela mamou exclusivamente leite materno até os seis meses de idade, sem complemento algum, seja água, chá, frutas, fórmula, nada.

Quando completou seis meses, já sentava sozinha, sem apoio, e mostrava interesse pela nossa comida, então iniciamos sua introdução alimentar com sólidos e água, continuando com a amamentação em livre demanda (não substituíamos as mamadas pelas refeições, afinal, até um ano o leite materno continuou sendo seu principal alimento).

Começamos pelas frutas, todas elas incluídas. Não tinha fruta proibida. Buscamos oferecer a ela todos os tipos – frutas doces, ácidas e azedas, para que sentisse a diferença de sabores. Descobrimos que ela não gostava muito de mamão nem banana, mas adorava tangerina, morango e outras frutas ácidas. Depois de duas semanas, iniciamos o almoço e jantar. Neles estavam incluídos arroz, feijão, carne e legumes. Tudo introduzido aos poucos. E quando algum alimento era recusado, eu voltava a oferecer depois, repetidas vezes, sem forçar. Alguns ela passava a comer, outros não gostava mesmo. Nunca fiz papinha para ela, pois optamos pela introdução alimentar participativa (um misto de BLW – Baby-Led Weaning – com a tradicional), na qual sempre oferecíamos os alimentos inteiros (cortados tomando todos os cuidados, para evitar engasgos), de forma que ela pudesse tocar, sentir, experimentar, segurar com as mãos e, finalmente, comer sozinha. Sim, com 6 meses, ela comia sozinha! Com as mãos, é claro. Depois, gradualmente, introduzimos a colher (hoje ela come sozinha com garfo ou colher). Não foi um BLW puro, porque eu costumava misturar um pouco de arroz com feijão e dava para ela na colher, assim como outros alimentos, de vez em quando (nunca batido, no máximo amassado com o garfo). Sempre sem forçar, respeitando a vontade dela. Outra coisa, sempre a colocamos na mesa (no cadeirão) para comer as refeições junto com a família, o que a incentivava por imitação. Então ela sempre comeu a comida da família, só que sem sal (até um ano). Também não tomou suco nem comeu industrializados ou açúcar até um ano (não consegui segurar até os 2 anos, que seria o ideal, afinal já tinha uma irmã mais velha para oferecer guloseimas por aqui…rsrsrs). Isso foi muito interessante e vimos diversos benefícios, como maior independência, exploração do novo, desenvolvimento da mastigação, uma ótima relação com a comida etc. Sim, eu tive um bebê do brócolis…kkk. Ela comia um pratinho cheio! Mas, vamos ser sinceros, fazia uma imensa sujeira!!! Tinha que dar banho após cada refeição e limpar todo o chão e o cadeirão (que definitivamente comiam mais que ela). Enfim, realmente achei que valeu a pena e só queria deixar aqui nossa experiência, quem sabe mostrar a outros pais essa alternativa tão legal de introdução alimentar, que não é muito difundida. Agradeço à nutricionista Tâmara Tambellini que nos orientou neste processo, que foi tão tranquilo, gratificante e enriquecedor.

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