Enquanto insisto em dizer que não sei mais de mim, é que me acho. Encontrei-me no perdido. Vou-me reconhecendo, assim, aos poucos. Lembro que, na vida, há vários ângulos para se enxergá-la e com eles uma nova conquista, por mais que a permaneça só em meu íntimo. É a minha vontade de mudar e descobrir os outros ‘eus’ que existem em mim. A vida não pode ser assim tão banal como já dizia um alguém: ‘Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade. Que a vida é traição’. Não! Tento o meu melhor, não todos os dias, porque às vezes me esqueço de mim. Porque me lembro de você. E por assim lembro de minhas memórias, talvez não tão longínquas, talvez nem tão recentes. Minhas memórias. E creio que só nelas existam nós dois. E quanto mais insisto neste erro, por mais que o meu amor ainda o faça da figura que me supre, mais me afasto de tudo. Mais me aproximo do nada. E o nada é bom. Só ouço meus suspiros, minha mente, minha alma. Desprendo-me daquelas falsas lembranças. Cresço. Deixo para trás aquela minha personalidade lúdica que se profanava. Não que eu não gostasse desse meu jeito, mas não me encaixava em mais ninguém. E mais ninguém surgiu pra me fazer como era…

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