Lendo o livro – Mulheres que correm com os lobos – e pensado na minha vida – sim, eu penso demais! – tenho refletido sobre essa coisa de “mulher selvagem”.

Confesso que tenho um pouco de medo desse barato.

Sou filha de uma mulher pra lá de selvagem, que sempre prezou por isso. Contudo acho que a minha mãe sofreu muito por ser assim e fez os outros sofrerem, também.

Então sempre achei que auto-controle era a chave pra felicidade.

De algum modo, ainda acho. É uma forma adequada de se portar em sociedade. Assim ninguém é obrigado a conviver com crises de raiva, arroubos de paixão, ataques de choro.

Morrer de amor era a moda no século XIX, a onda agora é regular o humor.

Sarcasmo não vai ajudar ninguém, né?

Mas é exatamente esse o ponto.

O que quis “discutir” nos últimos post’s. Um jeito de não se enquadrar, de não ser “só” o que os outros esperam da gente, preservar o nosso self – umas 200 páginas e já sou quase uma psicóloga hahaha – e viver bem com o mundo, com a nossa família, nossos amores, nossos amigos.

Viver em paz. Com a gente e com os outros.

Todavia pra viver assim é preciso encarar essa criatura selvagem. Não domesticá-la, porque não funciona. Não pra sempre.

É preciso conhecê-la ou, melhor reconhecê-la. Porque ela sempre esteve aí, dentro do peito.

E dá-lhe auto-conhecimento, aceitação e perdão.

Tem bastante dor nesse caminho, mas você já sabe como é: no pain, no gain!

Essa pessoa sou eu. Ok. E agora o que eu faço com ela?

O próximo passo, acho eu, é aprender a viver com ela – a fera – de forma positiva, criar um espaço na nossa vida pra ela, usar bem essa energia, resgatar coisas que nos fazem bem. Nos deixam em paz.

O que vem depois, eu não sei.

Ainda nem conclui direito as duas primeiras etapas do programa de reabilitação.

Tá pensando que essa história de reencontro com o self é bolinho? É bolinho, não!

Estou na fase de achar um lugar pra essa criatura selvagem, sem causar muitos danos.

Se alguém souber como faço pra manter essa fera feliz e bem alimentada, num apartamento, no meio de Porto Alegre, me avisa, por favor.

Vou contar um segredo: descobri que quando escrevo ela se acalma. Já é um começo.

Super beijo pra vocês!!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *