O tal livro pelo qual o meu coração anda batendo mais forte é o Mulheres que correm com os lobos, da Clarissa Pinkola Estés. Ela é uma americana,  psicanalista jungiana, especialista em trauma, atendeu as vítimas de Columbine – lembram dos atiradores na escola, em 1999, que mataram treze pessoas? – e do 11 de setembro.

Pesquisando, descobri que o livro só é novidade pra mim. Foi escrito em 1996 e basta dar um google pra perceber o tamanho do sucesso que ele faz com a mulherada. Tem facebook, blog, grupos de estudos, grupos de discussão, resenha, etc.  A maioria do tipo “um livro que toda mulher deveria ler”.

Se você, como eu, foge de uma sugestão como essa, precisa dar uma chance pro livro. A leitura demanda um pouco de concentração, porque em algumas passagens ele é quase  acadêmico. Manda um “psicologês” forte. Mas é bem interessante. Através de 19 estórias – contos, lendas, mitos – a autora examina as razões pelas quais as mulheres, hoje, se sentem tão sobrecarregadas.

A tese dela é que todas nós somos selvagens, mas fomos domesticadas pela sociedade. E com isso, perdemos várias de nossas capacitações, deixando de lado a nossa intuição e instintos para responder às expectativas dos homens, da família e da sociedade.

Ela compara as mulheres com os lobos. Eu sei, parece uma viagem louca. Mas é legal:

Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e extrema coragem.

Não acabei a leitura, porque ele não precisa ser lido na sequência. Você pode escolher um trecho aleatoriamente ou, um capítulo direcionando-o para um assunto do seu interesse.

Quando ela fala de maternidade, discute a questão da perda da intuição e da super valorização da informação. Na parte dos relacionamentos ela diz que o amor é uma relação de vida-morte-vida e de como quem não está preparado para a morte – mudança na relação – pode não experimentar o ciclo completo e ver ela renascer. E a questão da raiva? O livro fala sobre como ela te domina e sugere que a gente se questione sobre a origem dela, que nunca esta no último evento e sim, em algo lá atrás que a gente deixou passar.

De tudo que li, o que mais gostei é da ideia de que, durante a vida, por várias razões, vamos nos afastando de quem realmente somos e vamos nos “domesticando”. Gostei tanto, que vou voltar. Aliás, acho que vou voltar a falar deste livro, muitas vezes ainda.

De modo geral – para usar uma palavra bem na moda – o livro nos empodera. Renova a crença em cada um de nós, na nossa força, intuição e capacidade. Já tá de bom tamanho, né?

Beijo pra vocês e ótima semana!

PS. Informação importante: tá cheio de download’s na internê, segue um link pra vocês.

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