Olá Felipe! Em primeiro lugar, lamento informar, mas neutralidade não existe. Podemos (e devemos) persegui-la, mas, de fato, ela não existe. Tudo que acontece é político, histórico e localizado geograficamente. Nada está “à margem”, entende? A escolha de uma palavra para caracterizar um movimento, por exemplo, é algo que aconteceu em um determinado ano de determinada década (o que já diz muito sobre o panorama histórico), bem como em um determinado lugar (Estados Unidos, Gana, Israel, – porque isso traz contexto) e por determinada pessoa (homem, mulher, de determinada idade, raça, etc). Tudo que acontece tem alguma motivação, seja ela política, econômica ou social. Dito isso, encontrar uma palavra “neutra” para um movimento que busca nomear e denunciar violências perpetradas historicamente contra as mulheres é algo no mínimo problemático. E nem poderia ser diferente, não acha?
O feminismo busca justamente descortinar opressões que as mulheres do mundo todo vêm sofrendo sistematicamente por séculos – muitas vezes dentro de suas casas. Falamos de FEMinismo porque o mundo ainda é, em larga medida, um mundo MACHista, um mundo dos homens. São eles que detêm o poder político e econômico na maioria dos países do globo. O feminismo não é um movimento que busca trazer conforto; ao contrário, ele precisa desestabilizar, incomodar – para que haja mudança social. No Brasil, a cada 11 minutos, uma mulher sofre violência sexual. No mundo todo, mulheres vêm tendo seus direitos básicos violados, vem sendo traficadas, estupradas e assassinadas em massa há séculos. Ontem mesmo saiu na mídia o caso de uma mulher que foi jogada da sacada pelo próprio marido! Por tudo isso, respeito e bom senso é o que nós mulheres merecemos e lutamos através deste movimento chamado feminismo. Para entender mais, sugiro a leitura destes dois artigos que já saíram no Fala Frida: https://falafrida.com.br/2017/06/05/e-voce-e-feminista/ e https://falafrida.com.br/2018/06/28/o-que-a-caca-as-bruxas-tem-a-ver-comigo-e-contigo/.
Um abraço!