Feliz domingo pra você, que idealizou uma maternidade toda perfeitinha, linda como na foto
mas deu de cara com a maternidade da vida real, aquela que poucas te contam.
A de noites em claro e aperto no coração, de birras e cansaço, muitas perguntas e poucas certezas.
A maternidade descabelada, de olheiras, exausta e angustiada.
Aquela que dá colinho e dá sermão, faz para casa, brinca junto, ri, solta pipa e anda de bike
mas também que toma tempo, custa grana, limpa vômito e tantas outras coisas menos nobres.
Que leva a gente ao limite e nos faz abrir mão de antigas prioridades.
Que põe em xeque sua visão de mundo e seus preconceitos.
A que te torna professora de logística e gênio em administrar o tempo.
A maternidade de cantar no carro, fazer palhaçada e contar história antes de dormir.
Que muita gente julga, enquanto poucos se dispõem a ajudar.
A que bagunça sua casa, seu corpo e sua vida, mas que vale a pena apesar e por causa de tudo isso.
A maternidade que te traz um filho do jeitinho dele, que você precisa aprender a respeitar em vez de tentar torná-lo uma cópia aprimorada de você mesma.
Aquela com cheirinho de neném, bochechas macias e pezinhos de pão de forma.
A que te faz esquecer de você por algum tempo, até perceber que é uma pessoa e uma mãe melhor se também olhar pra si e para o mundo a seu redor.
A maternidade que vem junto com a culpa por estar fazendo pouco, a culpa por estar fazendo muito, e o medo de fazer tudo errado
mas aquela que te ensina a cada dia, a todo momento.
Que te deixa mais forte e te transforma numa leoa.
A que te fazer aprender e tentar ser melhor, porque exige mais exemplos e menos discursos.
A maternidade de dormir de conchinha, de cafuné no cabelo, de beijos e abraços infinitos…
De dançar na sala domingo de manhã e dar gargalhada de tanta cosquinha.
De perceber que estar vivo é um presente, e que poder ser o porto seguro de alguém tão especial é outro.
A maternidade que, com esse mix todo, é simplesmente o desafio mais sensacional que a vida já me proporcionou:
o de educar alguém para o bem, num mundo como o de hoje
e saber se fazer desimportante para a pessoa que é a mais importante da sua vida.