Na ida ao supermercado, encontro uma folha deitada ao chão, sorrindo pra mim. Tão inocente em sua secura que o outono causara, com a vida representada em suas veias; é como se cada folha representasse uma pessoa e seus caminhos. Sem pedir licença, levei-a comigo e seguimos em direção às compras. E, por mais maluco que pareça, fiquei conversando com ela durante todo o trajeto e percebi que, de tão sutis essas nuances que a vida lança, perdemos a oportunidade de sermos mais perceptivos e receptivos à vida. (Sobre)vivemos, e tudo bem se for assim. Com o tempo nos desprenderemos da árvore. Deslizaremos no vento, pois já passamos tudo o que tínhamos de passar. Sem mais mudanças, sem mais esperanças.  A gente acha que as folhas caindo representam a morte, quando na verdade é a renovação.

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