Ainda que com alguns ossos quebrados

Com passos amarrados 

Somos nós

Que rompemos 

Barreiras de concreto 

Construídas minuciosamente 

E derrubamos pilar por pilar 

As estruturas do patriarcado, 

Abafamos sua voz viril.

No meu sangue 

Dançam livres

Marias, Amélias, Capitus, Evas e Genis

Do meu corpo invadido, marcado

Feito de barraco revirado 

Eu faço um templo 

Que cultua deusas 

Arrancadas de seus corpos…

Suas vozes foram silenciadas

E por elas eu grito 

Deusas de espíritos livres e grandiosos

Florescem 

E ecoam em mim 

Fazem-se vivas e presentes 

Em mulheres 

Que levantam outras mulheres

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