Estamos vencendo uma guerra. Devagar e silenciosamente, estamos desconstruindo, tijolo a tijolo, as estruturas do patriarcado. Como? Criando grupos de mulheres.

Grupos de tudo: de bordado, de leitura, de mães, de psicólogas, de mulheres negras empreendedoras. A primeira grande coisa que estamos destruindo ao fazer isso são as certezas de que mulheres só sabem competir entre si. Só que não. Não mesmo.

Nesses grupos, nós nos respeitamos. Nós colaboramos. Nós ensinamos umas às outras as coisas que sabemos. Apenas pela beleza de compartilhar. Contamos nossas intimidades porque sabemos que aquela história pode ajudar outra mulher a não cair na mesma encrenca.

A organização do grupo é coletiva. As que são boas em criar Doodles (o que é isso mesmo?) com os melhores dias e horários para os encontros fazem isso rapidinho. Outras são boas com a tecnologia ou em em fazer a abertura e fechamento da reunião. Outras são as que distribuem abraços afetuosos – ainda que virtuais, atualmente – a todas as participantes.

Há respeito na hora de expor uma opinião, há empatia, há cuidado. A lógica nesses lugares quentinhos e aconchegantes é outra. A priori, ninguém tá errada, ou atrasada, ou não serve pra nada. Não, ali, todo mundo contribui para a rede.

De grupo em grupo, vamos organizando os assuntos e as questões do mundo e assim vamos mudando tudo. Porque lembramos a nós mesmas que uma outra lógica de fazer as coisas é possível. Que dá pra ganhar dinheiro cuidando das pessoas e respeitando a natureza e que absurdo é não fazer isso. Que existe tempo pra tudo – olhamos a Lua lá no céu pra saber se é hora pra expansão ou recolhimento. Pegamos outra irmã pela mão e a ajudamos a encontrar seu próprio caminho.

E assim, dia após dia, nós vencemos essa guerra. Nossas armas? Flores, afeto e muita parceria.

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