Olhando pela janela viu eles saindo, o menino ia dormir com o pai, ela, mergulhada em seus pensamentos, quase duvida que viveu uma vida comum com ele, que parecia um estranho, como se nunca tivesse conhecido de perto aquela pessoa, que já não existe mais.

Parece um sonho ou delírio, tantas vezes se preocupou com coisas que nunca aconteceram e o que pouco imaginou veio de forma avassaladora.

Um sentimento de indiferença apareceu.
A decepção roubou a saudade que ela, por mais que tentasse, não conseguia sentir. Nunca mais tiveram uma conversa cara a cara, a não ser breves minutos para tratar de assuntos práticos, até porque a raiva e os insultos, que vieram e possibilitaram o descolamento e a autoproteção, não deixaram.
O trauma da ruptura abrupta e o desapontamento a deixou assim, vai ver o tempo devolve as boas recordações e um dia possa lembrar com afeto e leveza a vida que experimentou. Ficou a sensação de que não conhecia o outro e nem a si mesma e de que precisava aprender a lidar com o pior de si para, talvez, construir algo novo e melhor.

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