Aqui estamos nós. Na encruzilhada do dia. Ninguém vai nos dizer que caminho tomar. E ainda bem. Do contrário, teríamos a quem culpar quando descobrirmos que tomamos o caminho errado. Mais uma vez.
Já teve a sensação de que não importa o que faça, vai se arrepender de ter feito? Já esteve entre a cruz e a espada? A cruz vai te culpar e a espada vai te matar. Mas cadê o caminho verde e tranquilo? Não é justa essa dupla opção. O que aconteceu com as mil e uma possibilidades que tínhamos (ou pensávamos ter) quando éramos adolescentes?
Aos quinze anos pensamos que podemos ser o que quisermos. Aos dezoito achamos que seremos muito felizes na vida. Aos vinte achamos que sabemos o que queremos. Mas não. Aos trinta descobrimos que nos perdemos irremediavelmente de nós. Onde ficamos? Onde nos traímos? Quando abandonamos numa esquina qualquer a pessoa idealista, sonhadora, espontânea, ousada e lutadora que éramos? Sabíamos dizer não. Sabíamos protestar. Sabíamos correr riscos e fazer escolhas pelo coração. Até que nos deixamos de fora. Até que… tanta coisa, tudo isso, nos venceu. Venceu?

Nos deixamos amedrontar. Nos vendemos aos convenientes e adequados empregos, às conveniências de ser o que esperam de nós.

Nos curvamos aos boletos da vida comum, às viagens de férias uma vez por ano, aos posts clichês no Instagram, à opinião que queremos que tenham sobre nós. Nos deixamos assimilar e assimilamos. Total ou parcialmente.
Enterramos a revolucionária, o revolucionário, (a divergente, a outsider, o impulsivo, o corajoso, o autêntico nós) dentro de nós.
Temos responsabilidades demais. O sonho não cabe no horário comercial. O amor não cabe no compromisso real. O que resta de nós? O que faremos de nós? Quem de nós sobreviverá?
Voltemos. Quem sabe, numa esquina qualquer, em qualquer dia comum de bater-ponto, nos encontramos com quem éramos. E nos reconciliaremos.

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