Dia 03 de dezembro \u00e9 o dia internacional da pessoa com defici\u00eancia, mas talvez voc\u00ea n\u00e3o saiba o motivo da escolha desta data ou sua import\u00e2ncia, ent\u00e3o vou lhe contar. Separe a pipoca e senta que l\u00e1 vem hist\u00f3ria\u2026<\/p>\r\n<\/div>\r\n\r\n\r\n\r\n
Em 1980, a ONU proclamou o ano de 1981 o \u201cAno Internacional das Pessoas Deficientes\u201d como uma maneira de estimular discuss\u00f5es entre as na\u00e7\u00f5es sobre os direitos das pessoas com defici\u00eancia dentro da sociedade. No ano seguinte, em 1982, foi elaborado um documento chamado \u201cPrograma Mundial de A\u00e7\u00e3o Relativo \u00e0s Pessoas com Defici\u00eancia<\/em>\u201c, publicado em 1983 que serviu de diretriz para orientar o que chamou-se de D\u00e9cada das Na\u00e7\u00f5es Unidas para Pessoas Portadoras de Defici\u00eancia.\u00a0<\/strong><\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n O per\u00edodo de 1983 a 1992 serviu para discutir profundamente medidas para proporcionar a inclus\u00e3o e a garantia de direitos desta fatia da popula\u00e7\u00e3o. Ao final, escolheram o dia 3 de dezembro para celebrar anualmente essas conquistas e refor\u00e7ar a import\u00e2ncia da nossa luta.\u00a0<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n Claro que esta \u00e9 apenas uma parte de nossa hist\u00f3ria no mundo, afinal pessoas com defici\u00eancia existem desde o in\u00edcio da humanidade. Uma outra hora conto para voc\u00eas algumas coisas interessantes sobre nosso passado, mas no momento falarei a respeito de algo sempre presente em nossas vidas: os estere\u00f3tipos.\u00a0<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n O poder dos estere\u00f3tipos\u00a0<\/strong><\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n A maioria das pessoas com defici\u00eancia j\u00e1 vivenciou julgamentos pautados em estere\u00f3tipos.<\/strong><\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n Os famosos exemplos de supera\u00e7\u00e3o, pessoas especiais, iluminadas ou por outro lado viver em uma cadeira de rodas como uma puni\u00e7\u00e3o por uma vida desregrada.<\/strong><\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n Segundo os gregos (sim, eles sabiam de muita coisa) o estigma\u00a0se referia a sinais corporais usados para evidenciar algo extraordin\u00e1rio ou ruim sobre o car\u00e1ter de quem os apresentava. Por isso, uma pessoa marcada era vista como algu\u00e9m a ser evitado. Durante muitos anos a defici\u00eancia era uma esp\u00e9cie de sinal ora da presen\u00e7a dos deuses, como um or\u00e1culo cego comum em narrativas, ora como um castigo, como o corcunda no filme 300, por exemplo.<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n Bem sabemos que muitos desses pensamentos s\u00e3o constru\u00eddos pela falta de informa\u00e7\u00e3o a respeito de nossas viv\u00eancias, anseios e desejos. Contudo, algumas pessoas com defici\u00eancia n\u00e3o sentem inc\u00f4modo em serem consideradas exemplos de resili\u00eancia\/supera\u00e7\u00e3o e, em alguns casos at\u00e9 utilizam desse conceito para inspirar outros a seguirem suas vidas.\u00a0<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n Por\u00e9m \u00e9 preciso lembrar que um grande n\u00famero de pessoas com defici\u00eancia renegam tais t\u00edtulos por considerarem suas atividades normais como de qualquer outro indiv\u00edduo sem defici\u00eancia. Pessoalmente, tamb\u00e9m me incomoda esse lugar de superioridade por consider\u00e1-lo distanciado demais da realidade, sem considerar nossas reais qualidades como ser humano.\u00a0<\/strong><\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n Nesse ponto, \u00e9 sempre bom lembrar da palestra de Stella Young onde ela deixa claro que n\u00e3o nasceu para ser inspira\u00e7\u00e3o de ningu\u00e9m.<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n Temos defeitos como qualquer outra pessoa, tamb\u00e9m acordamos de mau humor e temos momentos de raiva. Cometemos erros de valor, julgamos o outro, reproduzimos preconceitos e defendemos absurdos como qualquer outra pessoa por a\u00ed. Porque antes de termos a defici\u00eancia, somos humanos e carregamos todas as fragilidades do ser. N\u00e3o h\u00e1 super her\u00f3is ou vil\u00f5es, apenas indiv\u00edduos tentando levar nossos dias. Por esse motivo, acredito que o ponto un\u00e2nime:<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n queremos seguir nossas vidas com acesso aos nossos direitos, exercendo o que podemos ter de autonomia e sendo respeitados em nossas diferen\u00e7as.\u00a0<\/strong><\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n Parecemos exemplos, mas no final das contas queremos apenas ser felizes andando tranquilamente nas cidades onde nascemos e podermos nos orgulhar de ter nossas consci\u00eancias no lugar\u00a0 (sim, parafraseei um rap, porque pare\u00e7o um exemplo, mas ou\u00e7o de tudo nessa vida).<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n Fonte conte\u00fado:\u00a0 \u201c30 anos do AIPD \u2013 Ano Internacional das Pessoas Deficientes, 1981-2011\u201d \u2013 material dispon\u00edvel em PDF.\u00a0<\/em><\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n \u201cA defici\u00eancia atrav\u00e9s da hist\u00f3ria: da invisibilidade \u00e0 cidadania\u201d \u2013 material dispon\u00edvel em PDF.<\/em><\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n