Batalhas \u00edntimas. Guerras travadas no \u00e2mbito dom\u00e9stico. Na casa da vizinha. Na nossa casa. Esse \u00e9 o mote do document\u00e1rio dirigido pela mexicana Luc\u00eda Gaja. Cinco hist\u00f3rias de cinco mulheres. Imposs\u00edvel n\u00e3o sair tocada (assista ao trailer – em espanhol – abaixo):<\/p>\n
https:\/\/vimeo.com\/199602084<\/p>\n
O amor n\u00e3o pode doer.\u00a0<\/strong><\/p>\n Essa foi a fala de uma das v\u00edtimas de viol\u00eancia dom\u00e9stica. A americana apanhou diversas vezes enquanto crian\u00e7a e cresceu acreditando que aquilo era normal. Foi abusada sexualmente pelo marido, inclusive na frente dos filhos. Foi espancada e amea\u00e7ada de morte.<\/p>\n Outra mulher, ap\u00f3s o casamento, passou a ter todos os seus passos vigiados. N\u00e3o podia sair de casa sem avisar o marido, deixou de fazer as coisas que gostava e era constantemente agredida psicologicamente. Ele dizia que ela era uma puta e que n\u00e3o prestava para nada.<\/p>\n Outra v\u00edtima, cansada de ser maltratada pelo marido, decide se divorciar. Ao separar a papelada, foi \u201cdescoberta”. Ele, um bombeiro, ateia fogo ao corpo dela. Resultado: 3 meses desacordada em um hospital e 38 cirurgias de reconstru\u00e7\u00e3o. Segundo os m\u00e9dicos, ao dar entrada no hospital com as queimaduras, das costelas ao seu pesco\u00e7o, havia um \u201cburaco\u201d. Quanto ao marido, este teve uma pena leve, pois o ocorrido foi considerado um \u201cacidente dom\u00e9stico\u201d.<\/p>\n Uma quarta v\u00edtima conta que n\u00e3o via sa\u00edda para a situa\u00e7\u00e3o de viol\u00eancia constante que ela e tr\u00eas filhos estavam submetidos. Ent\u00e3o, naquele dia, ela disse que eles poderiam colocar a casa abaixo se quisessem. Abriu todas as sa\u00eddas de g\u00e1s, fechou as janelas e foi deitar-se para esperar a morte. Naquele momento, matar os tr\u00eas filhos e suicidar-se parecia mais leve do que a vida que estava levando ao lado do marido violento.<\/p>\n Como dar um fim \u00e0 viol\u00eancia que sofrem? Tomar a decis\u00e3o de afastar-se do agressor \u00e9 muito, muito dif\u00edcil. Sem uma rede de apoio, \u00e9 praticamente imposs\u00edvel. Existem casas que d\u00e3o suporte para mulheres que precisam de abrigo para si e para seus filhos. Muitas saem de casa s\u00f3 com a roupa do corpo, em dire\u00e7\u00e3o a suas atividades rotineiras para n\u00e3o levantar suspeitas. E nunca mais voltam pra casa.\u00a0E depois, o que acontece? Longos processos na justi\u00e7a, viver escondida, medo de ser morta, anos reconstruindo a vida e a auto-estima, culpando-se pela viol\u00eancia que sofreram e que submeteram seus filhos.<\/p>\n Essas s\u00e3o algumas das batalhas \u00edntimas travadas ao redor do mundo todos os dias. A viol\u00eancia contra a mulher n\u00e3o escolhe regi\u00e3o, cor, classe ou idade. Afeta a todas n\u00f3s. E o pior \u00e9 que \u00e0s vezes levamos anos pra perceber que estamos em um relacionamento abusivo. Porque fomos ensinadas que amor e dor podem andar juntos. Nesse v\u00eddeo, Jout Jout nos d\u00e1 uma aula sobre como identificar que estamos em um relacionamento violento:<\/p>\n