Minha m\u00e3e sempre me disse que a felicidade era a chave para a vida. Quando eu fui para a escola, me perguntaram o que eu queria ser quando crescesse. Eu escrevi \u201cfeliz\u201d. Eles me disseram que eu n\u00e3o entendi a pergunta, e eu lhes disse que eles n\u00e3o entendiam a vida. \u200aJohn\u00a0Lennon<\/strong><\/p>\n Desde bem novo John j\u00e1 n\u00e3o entendia muito bem a import\u00e2ncia de algumas conven\u00e7\u00f5es. E voc\u00ea, j\u00e1 pensou em como o script que lhe \u00e9 cotidianamente \u201cenviado pelo mundo\u201d \u00e0s vezes n\u00e3o faz muito sentido pra voc\u00ea?<\/p>\n Quando crian\u00e7as, questionamos a raz\u00e3o de ir pra escola, de aprender aquele bando de coisas que provavelmente s\u00f3 serviram para aquela prova de semestre. Ou implicamos com o fato de \u201cter que\u201d gostar de rosa se o azul \u00e9 t\u00e3o bacana. E v\u00eam de dentro de casa as primeiras respostas no melhor estilo \u201cdance conforme a m\u00fasica\u201d: “a escola \u00e9 importante, meu filho!” (sem qualquer maior explica\u00e7\u00e3o a respeito!) e que rosa sim \u00e9 que \u00e9 \u201ccor de menina\u201d!<\/p>\n Um pouco mais velhos alguns de n\u00f3s questionamos o motivo de trabalhar como malucos na busca incessante para ser – ou parecer – \u201cbem sucedido\u201d\u200a. No final das contas estamos s\u00f3 falando de dinheiro – que j\u00e1 fique claro – j\u00e1 que sequer sobra algum tempo para aproveit\u00e1-lo!<\/p>\n N\u00f3s at\u00e9 fazemos esses questionamentos bem pontuais ao longo da nossa passagem mas \u201ctocamos o barco\u201d: estudamos: check!, nos formamos: check!, arrumamos um bom emprego: check!, casamos: check!, temos filhos: check!, envelhecemos, adoecemos e morremos\u2026 Opa, pera\u00ed! Ser\u00e1 que \u00e9 assim mesmo que tem que ser?<\/p>\n Stuart Mill, um dos pensadores liberais mais influentes do s\u00e9culo 19, j\u00e1 naquela \u00e9poca, em seu ensaio \u201cA liberdade\u201d reclamava: \u201choje, os indiv\u00edduos est\u00e3o perdidos na multid\u00e3o\u201d. E estamos falando justamente de liberdade, de trazer sua ess\u00eancia para a superf\u00edcie, queimando os r\u00f3tulos sociais que a sociedade vai colando em nossa testa durante a vida e escrevendo nossa hist\u00f3ria ao inv\u00e9s de subsidi\u00e1-la a um outro escritor, provavelmente bem menos talentoso.<\/p>\n Nos deram respostas antes das perguntas aparecerem de verdade em nossa vida. \u201cSomos criados para um mundo condicionado, mas a vida \u00e9 incondicionada\u201d \u2013 diz brilhantemente a pesquisadora Ana Thomaz. J\u00e1 pensou como isso faz todo sentido?<\/p>\n Sim, a vida \u00e9 totalmente inesperada, sem protocolos ou poss\u00edvel prepara\u00e7\u00e3o! Somos pegos de surpresa em todas as situa\u00e7\u00f5es e essa \u00e9 a parte mais bacana de estar nesse mundo. Mas como \u00e9 que deixamos isso passar e por tanto tempo achamos que poder\u00edamos \u201cdominar essa on\u00e7a\u201d com uma educa\u00e7\u00e3o formal, empregos e uma conduta social esperada \u2013 e o pior, essa \u00faltima dependendo do seu g\u00eanero?<\/p>\n Est\u00e1 bem na frente de nossos olhos que esse modelo n\u00e3o est\u00e1 dando mais certo \u2013 se \u00e9 que um dia deu \u2013 e cada vez mais pessoas se questionam numa tentativa de desligar o \u201cmodo autom\u00e1tico\u201d e colocar mais no mundo o que achamos que faz sentido em nosso ser particular. Sim, pois o que faz sentido pra voc\u00ea pode ser totalmente diferente do que faz pra mim e assim o mundo vai ficando mais multifacetado e absolutamente incr\u00edvel!<\/p>\n Mas claro que nos encontrarmos no meio de tantos padr\u00f5es que a sociedade imp\u00f5e e em todos os nossos pap\u00e9is n\u00e3o \u00e9 tarefa das mais f\u00e1ceis. E esses padr\u00f5es est\u00e3o t\u00e3o arraigados em nosso \u00edntimo que por vezes achamos que realmente \u201cnos pertencem\u201d, que voc\u00ea, por exemplo, sempre sonhou em se casar\u2026 Mas como pode dizer isso se ningu\u00e9m d\u00e1 muito apoio para seguir a vida por si s\u00f3? Muito pelo contr\u00e1rio, se est\u00e1 solteiro, lhe apontam como encalhado e se est\u00e1 amando\u2026 Ah, quando que vai parar de “enrolar a mo\u00e7a\u201d? Questionar-se sobre o que voc\u00ea rotineiramente faz e sente no peito \u00e9 chave secreta nesse processo de tomar conta da sua pr\u00f3pria vida! Espero manter essa postura enquanto tiver consci\u00eancia, guardando no peito o que Stuart Mill trouxe de si para o mundo: \u201cSobre si mesmo, sobre seu pr\u00f3prio corpo e mente, o indiv\u00edduo \u00e9 soberano<\/i>\u201d.<\/p>\n E \u00e9 claro que a vida pode lhe oferecer muitos caminhos, s\u00f3 n\u00e3o restrinja sua vis\u00e3o apenas ao que est\u00e1 obviamente na sua frente! Tenho certeza que voc\u00ea pode criar um final inovador e super emocionante. Rasgue j\u00e1 o roteiro da sua vida e v\u00e1 viver por voc\u00ea!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Minha m\u00e3e sempre me disse que a felicidade era a chave para a vida. Quando eu fui para a escola, me perguntaram o que eu queria ser quando crescesse. Eu escrevi \u201cfeliz\u201d. 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