Depois de um ano e sete meses amamentando, meus seios n\u00e3o s\u00e3o mais o que eram. Tamb\u00e9m pudera! Foram 575 dias dando mam\u00e1 em livre demanda (sim, eu fiz a conta). Como eu poderia exigir que eles fossem os mesmos?<\/p>\n
Por que o corpo p\u00f3s-parto ainda \u00e9 alvo de tantas cr\u00edticas? Por que exigem que estejamos “em forma” poucas semanas ap\u00f3s o nascimento dos nossos filhos e filhas? Lembro de quando a Duquesa de Cambridge, Kate Middleton, deu \u00e0 luz a George, seu primeiro filho com o pr\u00edncipe William. No dia seguinte ao parto, como \u00e9 tradi\u00e7\u00e3o da realeza, Kate e William posaram para uma foto com o beb\u00ea nos bra\u00e7os em frente ao hospital antes de irem para casa. E a rea\u00e7\u00e3o do p\u00fablico foi um choque diante da barriga p\u00f3s-parto de Kate<\/a>. Algumas pessoas tiveram o mau gosto de perguntar se ela continuava gr\u00e1vida. Gente, ela havia parido h\u00e1 um dia e j\u00e1 estavam exigindo uma barriga chapada? Este tipo de rea\u00e7\u00e3o seria c\u00f4mica se n\u00e3o fosse tr\u00e1gica.<\/p>\n O document\u00e1rio Embrace<\/a>, escrito e dirigido por Taryn Brumfitt, investiga as raz\u00f5es pelas quais tantas mulheres odeiam seus corpos. A diretora come\u00e7a contando um pouco da pr\u00f3pria hist\u00f3ria. Depois de ter tido 3 filhos, estava insatisfeita com seus seios ca\u00eddos e barriga saliente. Decidiu fazer uma grande cirurgia pl\u00e1stica \u201cpara resolver tudo\u201d. S\u00f3 que, dias antes do procedimento, passou a refletir sobre a mensagem que estaria enviando para sua pr\u00f3pria filha. Taryn sabia que a pequena era maravilhosa exatamente do jeito que era e n\u00e3o queria que ela considerasse “normal” se submeter a uma viol\u00eancia daquelas para se adequar a um padr\u00e3o externo de beleza.<\/p>\n Gestar uma crian\u00e7a, parir e amamentar \u2013 do jeito que for poss\u00edvel \u2013 deixa marcas no corpo, sejam f\u00edsicas ou psicol\u00f3gicas. N\u00e3o tem como ser diferente diante da magnitude da transforma\u00e7\u00e3o que uma mulher passa ao se tornar m\u00e3e. Pode ser um medo absurdo do mundo inteiro, uma vontade louca de pular no pesco\u00e7o de qualquer ser humano que chegue perto do seu filho ou filha ou sentir receio de morrer. Pode ser flacidez, estrias, cicatrizes e\/ou quilos a mais. Mas diante da maravilha que \u00e9 colocar um ser humaninho no mundo, qual \u00e9 a real import\u00e2ncia disso?<\/p>\n Felizmente, nos \u00faltimos tempos, temos assistido a uma onda maravilhosa chamada \u00a0body positive<\/strong> (entenda aqui<\/a>), que defende a ideia de que todos os corpos s\u00e3o lindos – e isso n\u00e3o depende de cor, altura, peso, etc. Em poucas palavras, \u00e9 um movimento que nos estimula a amar os nossos corpos, a nos aceitarmos plenamente. Talvez inspiradas por esse sentimento, v\u00e1rias m\u00e3es decidiram mostrar seus corpos p\u00f3s-parto. Separei alguns relatos com fotos de antes e depois aqui<\/a>, aqui<\/a>, aqui<\/a> e aqui<\/a>. Descobri tamb\u00e9m esses projetos incr\u00edveis:<\/p>\n